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terça-feira, 10 de setembro de 2013

Arquitetos buscam passado do Rádio-Clube e empresa patrocinará restauração da fachada.



O projeto não quer só trazer a ideia dos tempos dourados de volta. É colocar no seu devido lugar o branco original que sempre cobriu o salão que sabia, como ninguém, dar uma festa. A surpresa para quem faz a fachada do Rádio Clube Cidade dentro da mostra de arquitetura “Morar mais por menos” foi saber pela própria estrutura, que o prédio sempre foi branco.

O arquiteto que assina o projeto, Ângelo Arruda, explica que com base na prospecção, trabalho da arquiteta Perla Larsen, que retira da fachada as camadas de tinta, foi possível encontrar a última, encoberta pelas reformas que a estrutura sofreu. As espátulas chegaram a 1942 e revelaram que a cor não mudou com o passar dos anos.

“Já conseguimos identificar, é branca mesmo. Foi alterada a tinta, hoje é um grafiato, mas vamos emassar a fachada com argamassa dos anos 50 para dar um acabamento mais rústico de um prédio que virou a identidade da cidade”. Para a restauração da fachada, a mostra conta com o apoio da Ibratim Tintas, o patrocínio, fechado na última sexta, será para toda pintura e devolver ao Rádio Clube à cara dos anos 40.



Quem passa na frente do clube, pela rua Padre João Crippa, ainda não viu andaimes e nem obras pela calçada. É que todo levantamento de identificação do processo histórico que sofreu a fachada está sendo feito na cabeça e nas mãos dos arquitetos, para então, ser posto em prática os reparos em um prédio de 70 anos.

“Não é um projeto de restauração completa, é parcial, porque tiveram muitas alterações. O jardim e o portão foram mudados com o tempo. Isso que a gente vê hoje é da reforma de 1996”, explica Ângelo.

Pela foto, tirada cerca de dois anos depois de o prédio ser inaugurado, em 1943, mostra que as mudanças não afetaram drasticamente o que os olhos de hoje veem. As janelas e aberturas da fachada foram alteradas, no entanto os ‘vãos’ que as guardavam continuam no mesmo lugar, em forma de arcos compondo cinco aberturas e uma certa simetria entre os dois lados.

Em estilo neocolonial, com o passar dos anos o prédio foi ampliado, cada hora para um lado. Primeiro a parte direita com o restaurante e a construção do bar, do outro, a criação da choperia do Rádio, chegando até a boate, que hoje está ao centro do Rádio.

Na fachada original, a arquitetura era mais simples, com uma mureta branca, os degraus compondo uma pequena escada e canos para onde a água pudesse correr. Em frente, uma vegetação simples encerrava o projeto. As duas arredondadas janelas, que permanecem até hoje, tinham um toldo que era puxado para driblar o sol. No contorno, peças de mármore davam o acabamento do neocolonialismo.

O projeto conta com a manutenção de elementos, como os azulejos azuis que 70 anos depois continuam à mostra e o que parece uma chaminé. Os frisos, no contorno do telhado, também continuam em cena.

“Esses frisos têm duas tonalidades, um parecido com saibro, como um caramelo claro e um pink suave”, reforça Ângelo. Com a identificação das cores, os arquitetos vão colorir os detalhes conforme o que apontou a prospecção.

“Minha intenção é que a gente consiga obter uma leitura mais ou menos completa de um clube que marcou seu tempo. Eu propus que a fachada frontal toda, inclusive restaurante e bistrô, ganhe a mesma tinta, acabamento e textura”, explica o arquiteto.

Na prática, o branco pode tomar conta da fachada que de uns anos para cá se viu resumida apenas à entrada do clube. Evidenciando as construções que vieram depois, como a ampliação do restaurante, choperia e boate.

Inspirado no livro “Nas Ondas do Rádio”, que marcou os 70 anos do clube, a fachada que destoa do conjunto, correspondente à choperia, vai ganhar um painel como cobertura da estrutura metálica. “Para o evento a gente vai bolar um painel com uma imagem significativa do Rádio, possivelmente um baile, um registro de um grande dia de festa”, explica o arquiteto Ângelo.

Os tempos de ouro do Rádio Clube marcaram décadas da cidade. Há quem se atreva a dizer, e com toda razão, que em partes a história dele se confunde com os capítulos do livro de 114 anos da Cidade Morena.

“Ele foi perdendo espaço na sociedade que o criou porque a tecnologia foi criando outros argumentos. O Rádio se manteve pelos esportes, pelas aulas, pela dança e congraçamento dos sócios, mas aquele clube era da cidade, ele cumpriu um papel perante a sociedade que se confunde um pouco com a história de Campo Grande”, avalia Ângelo.

Depois da constatação, ele mesmo balança a cabeça dizendo que sempre trabalha com coisas que o jogam para trás.

O arquiteto, junto da administração da mostra deve solicitar à prefeitura o uso da praça da calçada da praça do Rádio, na rua Padre João Crippa, onde hoje estão concretos redondos, para exposições de arte e cultura.

E para dar as boas-vindas a quem viveu os bailes, bingos e carnavais do Rádio Clube, durante a mostra um tapete vermelho será posto na rua. Os visitantes param, descem do carro e desfilam pelo tapete até as portas que receberam as melhores festas da cidade.

“Pensa uma senhora de 70 anos que namorava o marido nas festas do Rádio, descendo do carro e passando pelo tapete? A intenção da restauração é trazer de volta esse processo”, resume.

“Essa memória da cidade, ela não tem a ver com os sócios do rádio. Eles têm seus privilégios, mas a cidade ficou órfã deste espaço”, finaliza. E pela Arquitetura a melhor época do clube toma forma de novo.


fonte - campo grande news

Iluminação define quatro ambientes em único espaço.

A iluminação foi a peça chave para determinar o estar, jantar, biblioteca e escritório deste apartamento

Por Deborah Apsan e Carolina Diniz (visual)



Para trabalhar


A iluminação foi a peça-chave para o arquiteto paulista Tomas Zaidan definir quatro ambientes num só espaço de 4 x 6 m: estar, jantar, biblioteca e escritório. Num dos trechos da sala, ele manteve parte da parede de tijolinho recuada 50 cm, onde encaixou a bancada do home ofice e investiu em claridade difusa. Não queria gerar calor e desconforto. “A luz nunca deve incidir no usuário, mas no que ele está vendo”, ensina o profissional.


1. Com a intenção de reforçar o desenho horizontal da estante, o projeto previu um trilho de metal preso ao teto para pendurar quatro spots (Trust Iluminação) com lâmpadas halógenas AR 111.


2. Fixada à meia-altura, a luminária (Laboratório da Luz) recebeu lâmpada fluorescente. Ela produz uma iluminação adequada para trabalho, suavemente espalhada.

Para relaxar


Quando a moradora, uma professora universitária, muda o foco de interesse, entra em cena outro tipo de iluminação, mais quente, que valoriza móveis e cria climas. O arquiteto tomou cuidado para não mirar nenhum local de longa permanência com lâmpadas halógenas, como o sofá, por exemplo. “Não queria fritar a cabeça das pessoas”, diz. “Mas sim dramatizar os tijolinhos aparentes, móveis e objetos, além de gerar um lugar acolhedor.”



3. Rebaixado, o forro de gesso acartonado (drywall) separa a área de jantar e estar do eixo de circulação. Função realçada pela mangueira de luz embutida na sanca (Trust Iluminação).

4. Encaixados no gesso, cinco spots com lâmpadas halógenas AR 70 iluminam pontos específicos, destacando a mesinha lateral, o centro da sala e a parede.


fonte: Casa Abril

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

PRÉDIOS CRUZADOS

Torres “deitadas” e entrelaçadas formam edifício com arquitetura inovadora.


São quatro arranha-céus de 140 metros cada. Mas nenhum deles atrapalha a vista da bela paisagem coberta de neve de Oslo, na Noruega, pois os prédios ficam “deitados” uns sobre os outros, em um projeto de arquitetura incrível do escritório a-lab. Na recém-inaugurada construção funcionam os escritórios da Statoil, empresa produtora de energia. A região escolhida, Fornebu, foi fundamental no design do edifício. Ao mesmo tempo que chama a atenção, ele não interfere no visual natural de um local ainda pouco urbanizado, à beira das águas do Escagerraque, ligação entre o mar do Norte e o mar Báltico.

Como os prédios foram dispostos de forma compacta, o projeto também possibilitou a criação de um parque no terreno. Se fossem convencionais, os edifícios teriam cerca de 40 andares cada. Mas, deitados, são apenas 10 andares, o que facilita a integração dos 2.500 funcionários. Nas ligações entre as torres, há espaços de convivência. A construção é diferente porque valorizou o contato humano e com a natureza ao redor, viés normalmente pouco explorado por grandes empresas.





Fonte: Casa e Jardim

Tijolos na massa do concreto poupam R$ 30 mil em reforma

Chamado de concreto ciclópico, a solução ditou as bases da reforma e ainda sustenta o andar superior desta casa paulistana. A economia em caçambas foi de R$ 30 mil





Seduzido pela localização, o casal comprou uma velha casa no bairro paulistano do Pacaembu. Faltava escolher quem iria transformar a construção da década de 50 na moradia confortável que os dois desejavam. Numa reportagem estampando a casa do arquiteto Anderson Freitas, encontraram uma pista. Tempos depois, um projeto premiado que lhes chamou a atenção na internet foi decisivo: era assinado pelo escritório Apiacás Arquitetos, do qual o profissional faz parte. Feito o contato, a conversa seguiu por caminhos pouco usuais.
Numa das primeiras reuniões, Anderson mencionou o ciclope – figura da mitologia grega –, intrigando os clientes. O que o tal gigante de um olho só teria a ver com a futura reforma? A explicação diz muito sobre o jeito de trabalhar do arquiteto, que também é professor. Habituado a projetar e administrar as obras que assume, ele havia detectado desde a primeira visita ao local que a intervenção no sobrado geraria uma enorme quantidade de entulho caso a principal meta fosse cumprida: eliminar as paredes do térreo que compartimentavam a área social.
O que fazer com tanto material? Lembrando-se da solução desenvolvida por um colega afeito à experimentação, ele sugeriu: “Vamos reforçar a casa com paredes de concreto ciclópico”, referindo-se à mistura que tradicionalmente incorpora grandes blocos de pedra, usada desde a Grécia antiga em muros, barragens e contenções. Para convencer os clientes da solução, o profissional foi persistente. Fotografou as paredes onde o designer e arquiteto Rafc Farah havia empregado a mistura (nesse caso, com cacos de cerâmica, restos de entulho e tijolos) e apresentou a técnica ao casal.
Todos de acordo, ainda foram necessários dois testes no canteiro de obras e rodadas de treinamento dos pedreiros até partirem para a ação. “A base sólida que erguemos viabilizou os grandes vãos livres do térreo”, avalia Anderson, num balanço positivo dos seis meses de empreitada.
E conclui com uma anedota: “Me disseram que o concreto ciclópico leva esse nome porque é muito forte, nem o ciclope destrói. Será?”


Recurso eficaz, resistente e econômico.

Usado nos muros e nas paredes da sala, o concreto ciclópico estabeleceu uma plataforma robusta sobre a qual repousa a parte visualmente mais leve da casa, de alvenaria convencional pintada de branco. As divisórias, de 25 cm de espessura, foram executadas na obra em fôrmas montadas com tábuas. Cada fiada era preenchida com argamassa de cimento e cacos de tijolo dispostos cuidadosamente. No acabamento, resina de silicone (Acqüella, da Vedacit/otto Baumgart). O recurso construtivo exigiu o reforço da fundação e a adoção de algumas vigas metálicas.






Área: 197 m²; Colaboradoras do projeto: Ana Lúcia Santana e Cibele Mion; Projeto de hidráulica e elétrica: Ramoska Castellani; Projeto estrutural: lN Engenharia; Execução:Anderson Freitas, Pedro Barros e Acácia Furuya/ Apiacás Arquitetos; Luminotécnica: Reka Iluminação



fonte: Casa - Abril



terça-feira, 3 de setembro de 2013

O grande encontro de Sergio Rodrigues e Fernando Mendes

Fernando Mendes e Sergio Rodrigues trabalham juntos para criar e recriar peças de desenhos esquecidos no armário


Era uma palestra do grande designer brasileiro Sergio Rodrigues e o então estudante Fernando Mendes não podia ficar de fora. Naquele dia, aos 18 anos de idade, a história do carioca estudante de Belas Artes na Universidade Federal do Rio de Janeiro e também Arquitetura pelas Faculdades Integradas Bennett mudou. Ao chegar em casa, descobriu o inusitado: Sergio Rodrigues era seu primo.

O primeiro encontro entre os primos marcou o início de uma parceria que dura até hoje. Conhecido por desenhar somente o que quer, Sergio Rodrigues abriu espaço em sua criação para a entrada de Fernando Mendes. A última parceria da dupla gerou uma mostra composta por uma coletânea de peças criadas por um e produzidas por outro.

A já consagrada poltrona Xibô de Sergio Rodrigues, produzida por Fernando Mendes

A programação da Casa Brasil 2013, que aconteceu no início do mês em Bento Gonçalves (RS), trouxe esse último trabalho em uma mostra exclusiva de peças desenhadas por Rodrigues e produzidas por Mendes. A inédita poltrona Tête foi parte da exposição que trouxe também as já conhecidas poltronas Xibô, Gio e Tonico, além das cadeiras Fernando e Menna e o banco Leif.

Além das reedições de Sergio Rodrigues, Fernando Mendes lançou mais um trabalho inédito, a poltrona Sapão. A genialidade da dupla não poderia ficar fora do nosso Blog… E você, o que achou?


Fonte: AZDecor




In vino veritas

Projeto de Arthur Casas para loja de vinhos cria espaço que inova a maneira como consumidores se relacionam com o universo da vinicultura

O projeto para a loja de vinhos Mistral tinha o desafio de criar um espaço que inovasse a maneira como os consumidores se relacionam com o universo da vinicultura. A solução proposta usa o refinamento da madeira para abrir percursos lúdicos e sinuosos que enaltecem as qualidades do vinho e exploram a tecnologia para fazer o cliente navegar pelas informações sobre cada produto.

Ao disputar a atenção do público com as facilidades do comércio virtual, uma loja física precisa buscar estratégias para conquistar e fidelizar clientes. Esse foi o desafio que a importadora de vinhos Mistral propôs a Arthur Casas no projeto de sua loja no Shopping JK Iguatemi, na zona sul de São Paulo.

Em pouco mais de 120 metros quadrados, foi acomodado um extenso programa, que inclui área de vendas, adega, estoque, galeria interativa e ambiente de leitura, além de local para degustação no mezanino. “Pareceu natural utilizar a linha curva para integrar essa multiplicidade de espaços e evocar as percepções sensoriais ligadas ao vinho”, explica Casas.

O resultado é um percurso sinuoso em que se descobrem gradativamente esses espaços, todos marcados pela presença da madeira em diferentes formatos e texturas. O forro rebaixado, que parece flutuar sobre a loja, embute luminárias para propiciar uma iluminação difusa.
O piso alterna acabamento em concreto e madeira. A forma lúdica de apresentação do produto procura atrair um novo público e permitir que os iniciados aprofundem seus conhecimentos sobre a bebida.

Expositores de diferentes formatos receberam acabamento em vidro branco, um pano de fundo neutro que valoriza as garrafas pelo contraste entre o claro
 e o escuro.


A forma de fixação das garrafas dá a impressão de que elas flutuam junto do display, ao longo do trajeto até a galeria interativa, quase no centro da planta. Nos dois lados do percurso, os expositores são acompanhados por uma faixa de painéis espelhados que ocultam telas de led.


Quando acionadas pelo toque das garrafas brancas, estrategicamente distribuídas entre as demais, as telas expõem informações sobre os vinhos de cada seção. Na galeria interativa, o destaque é a grande mesa de desenho irregular com uma tela no tampo



Movimentando como mouses as garrafas dotadas de sensores, o cliente faz com que sejam projetadas sobre a mesa as mais variadas informações sobre o produtor, o tipo de vinho e a safra. É possível ter várias projeções simultaneamente.

A galeria dá acesso ao espaço de leitura, no fundo da loja, no qual livros raros são guardados entre as ripas que se prolongam até o piso. A adega de pé-direito duplo volta-se para o mezanino, onde fica o espaço de degustação.

Ela é separada da galeria interativa por meio de uma porta de vidro e conta com ar-condicionado próprio, para manter o vinho em temperaturas adequadas a sua preservação. As laterais funcionam como área de estoque.

Fonte: ArcoWeb

Projeto de hotel em Bragança Paulista é todo sustentável

Aliah, palavra em hebraico que significa evolução, dá nome ao primeiro hotel do país inspirado desde o início em conceitos ecológicos.
O Aliah terá 8,5 mil m² de área construída num terreno de 30 mil m² de mata nativa, próximo aos aeroportos de Guarulhos, na Grande são Paulo, e Viracopos, em Campinas, SP. 

Oferecer um espaço de vivência prática da sustentabilidade – da construção às propostas de lazer. Ao voltar do exterior, este era o desejo da empresária Adriana Mallet: construir o Aliah, um complexo hoteleiro verde. Para dar início à ideia – aprovada por uma agência de fomento à economia verde do Governo do Estado de São Paulo –, Adriana chamou uma equipe de profissionais consagrados, entre eles o arquiteto Siegbert Zanettini, para formar o júri do concurso que escolheu, em março de 2012, o melhor projeto enviado por arquitetos paulistas com até cinco anos de graduação. Venceu o quinteto formado por Matheus Marques e Ricardo Gonçalves, do Hiperstudio, e Alexandre Hepner, João Paulo Payar e Rafael Brych, do Estúdio Arkiz. Estruturado com aço – o concreto aparece apenas nos pilares –, o Aliah terá um bloco de 180 quartos, restaurante panorâmico, centro de convenções e espaços de lazer. O verde se estende por toda a cobertura, dentro do lobby de entrada envidraçado e ao redor do complexo, a ser erguido em Bragança Paulista, SP. “O intuito é que a sustentabilidade torne-se um aspecto da experiência do visitante, colaborando com a disseminação desse conceito para além do hotel”, diz Alexandre, do Arkiz. Um conjunto de casas seguindo essa linha poderá formar o entorno e aguarda a aprovação de investidores para então iniciar as obras.


Mesmo antes de edificado, já recebeu dois prêmios.



Fonte: Casa Abril

Confira os três projetos vencedores do concurso nacional de arquitetura, Concurso Sesc Franca, SP.

Município da região nordeste paulista, a aproximadamente 400 quilômetros da capital, Franca possui população de pouco mais de 320 mil habitantes. A cidade ganhou projeção por reunir centenas de indústrias calçadistas - a ponto de ser chamada de capital nacional do calçado masculino - e também por montar equipes de basquete que quase sempre estão os melhores times nacionais da modalidade. Apesar da economia predominantemente industrial, as atividades do comércio são também bastante significativas no município. Fica em Franca, por exemplo, a sede do Magazine Luiza, uma das maiores redes de varejo do país.


Serão principalmente os funcionários do setor comerciário os contemplados com as atividades culturais, esportivas e de lazer na unidade a ser construída na cidade pelo Sesc, instituição que desempenha, em São Paulo, as funções que o Ministério da Cultura não consegue atender no país. A edificação será implantada em terreno da avenida Dr. Ismael Alonso y Alonso, de acordo com proposta dos escritórios SIAA Arquitetos e Apiacás Arquitetos, equipe vencedora do concurso de projeto. O resultado, divulgado no final de março, revelou ainda como segundo e terceiro lugares, respectivamente, os escritórios Spadoni & Associados e Dal Pian Arquitetos. O trabalho do estúdio Sidonio Porto Arquitetos Associados ficou em quarto lugar e o do Escritório Paulistano de Arquitetura em quinto.


1- Elemento de construção da cidade







Alternando opacidade, transparência e translucidez, os blocos contrapõem-se ao desenho pesado dos muros de gabiões (ora eles são arrimos, ora fechamentos) interpostos entre eles. “O conjunto é definido pela tensão entre o leve e o pesado, pela contraposição entre os volumes de concreto e aço que repousam sobre o embasamento de pedra”, discorrem os autores no memorial.

O público será recepcionado numa praça escalonada que se implantará na esquina da rua Rio Grande do Sul e dela seguirá, por acessos independentes, para o ginásio, foyer do teatro ou acesso principal. A volumetria proposta, argumenta a equipe, desenha os limites do lote solucionando os programas e seus acessos, e os dois blocos principais definem um espaço descoberto onde ocorrem as atividades ao ar livre. Nesse local de distribuem piscinas, quadras e áreas de lazer infantil dispostas nos patamares, que respeitam a topografia, a orientação solar e a vista da paisagem.


2- Edifício único com ruas e praças


A intenção de conectar o edifício à cidade permeia o trabalho do estúdio Spadoni & Associados. Essa a razão de o conjunto do Sesc Franca ser constituído de ruas e praças, argumenta Francisco Sapadoni, titular do escritório, no memorial do projeto.

A proposta trata os dois maiores espaços do programa (o teatro e o ginásio) como um único edifício, alinhado à via principal (avenida Dr. Ismael Alonso y Alonso), no nível mais baixo do terreno. Uma praça interna articula esses e outros itens do programa.

Ela é, segundo Spadoni, a essência do projeto, pois, além de área de convivência, intermedeia os elementos não especializados do programa, como atendimento, foyer, cafeteria, restaurante etc. É a partir dessa praça que ruas em dois níveis levam aos setores esportivos e culturais.

O arquiteto conta que a proposta teve início pelo corte transversal do lote, confrontando o volume do teatro/ginásio com a topografia. A distribuição de outras funções em cotas mais elevadas permitiu que essas recebessem iluminação natural. Com o estacionamento que se encaixa entre o volume construído e o terreno, evitou-se a construção de subsolo.




3 - Esplanada-ponte a caminho da convivência

A justificativa do escritório Dal Pian Arquitetos para implantar o conjunto longitudinalmente, paralelo à avenida, é que essa posição propicia acessos mais generosos e em nível com os percursos da cidade. “O acesso principal se faz por uma grande esplanada que conduz os fluxos para a praça de convivência no seu interior”, descrevem, no memorial, os autores, Renato e Lilian Dal Pian.

Outro aspecto peculiar da solução é a expansão dessa esplanada para além dos limites do lote, juntando-a à ponte de Integração, sobre o córrego Cubatão, que separa as pistas da avenida. O prolongamento, justifica a equipe, fortalece a dimensão urbana e o caráter social da edificação, condições que, segundo os autores, as unidades do Sesc devem refletir.

Internamente, a praça de convivência constitui o cerne da solução. Ela expõe ao público a variedade de atividades oferecidas no interior do edifício e orienta as circulações verticais e horizontais. O programa de necessidades se distribui em dois pavimentos. No da cota inferior estão, entre outros, a caixa cênica do teatro, o ginásio de esportes e o estacionamento. Teatro, comedoria e conjunto aquático coberto ficam no piso superior.




Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 398 Abril 2013