Cenários da cidade ganham destaque em fotos, pinturas ou painéis
Simone Marinho
RIO - Ter o Rio como cenário não é privilégio apenas de quem tem uma das belas vistas da cidade na janela. Afinal, qualquer pessoa pode usar fotos, pinturas, esculturas ou até painéis que retratem as paisagens cariocas para decorar um ou mais ambientes de casa. Mas é sempre bom tomar alguns cuidados para não errar na mão.
Uma saída simples pode ser optar por um grande painel, que quase substitua a vista. Mas se o objetivo for usar várias imagens sem dar destaque específico a nenhuma delas, o ideal é optar por fotos com estilos parecidos, como fez a arquiteta Patricia Fiuza. Em um quarto de hóspedes, em que o branco predomina, ela usou duas fotos do pôr do sol na cabeceira e para que o conjunto ficasse harmônico, as molduras são brancas, como as paredes. Assim, a imagem sobressai.
Vista: Pailnel da Eijffinger, na Orlean, substituindo a paisagem / Divulgação
Contraste entre cores e o PB
— A cor da moldura sempre vai depender do ambiente em que ela está. Nesse caso, era algo mais clean. Mas com mais quadros, pode-se misturar mais cores. E o estilo da foto também deve ser respeitado. Se for preta e branca, por exemplo, o vermelho pode ser ótima opção — ensina Patricia.
Clássico: fotos em PB e molduras pretas garantem acerto na decoração / Divulgação
Mas em projetos mais clássicos, normalmente o preto e branco vem mesmo acompanhado de molduras pretas. Foi essa a escolha da arquiteta Cris Moura para três fotos que ficam sobre a cabeceira de um quarto de casal em Ipanema. O imóvel, de frente para a praia, é usado apenas para veraneio e a opção pelas fotos em preto e branco serve para fazer o contraste com o colorido que entra pela janela.
Clean: Moldura e parede brancas destacam as imagens coloridas / Divulgação
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A brincadeira pode ser feita até na própria imagem. O fotógrafo Almir Reis ficou famoso exatamente pelos belos registros que faz do Rio. Mas para não cair em algo comum, passou a descolorir as fotos e deixar apenas um elemento com cor. Na sala de seu apartamento, é o mar azul da Praia Vermelha que ganhou destaque na imagem toda em preto e branco. Mas ao lado, colocou outros dois quadrinhos também feitos por ele. Na verdade, colagens de pin-ups coloridas retiradas de livros dos anos 1950 sobre cenários cariocas.
— Sempre me preocupei em fazer algo diferente e exclusivo para que tivesse a minha identidade, mas para que o cliente também tivesse interesse em ter aquela obra em casa — diz Reis.
Procurar por peças exclusivas é, aliás, outra dica para garantir que uma decoração fique diferente mesmo com o uso das conhecidíssimas paisagens da cidade. E não necessariamente cara, já que a cidade propicia belas fotos e muita inspiração a qualquer hora do dia.
Colorido: A tela e as almofadas de Cacau Höfke dão harmonia à sala da artista plástica, em Ipanema / Simone Marinho / O Globo
Orgulho fica estampado na parede
Que o diga a artista plástica Cacau Höfke, que há cerca de um ano trocou o ar sombrio que usava em seu trabalho por um colorido típico do Rio. O resultado pode ser visto em quadros e tecidos, nos quais ícones da cidade ,como o Cristo e o Pão de Açúcar, se destacam em meio a muitas, muitas cores. Na sala de seu apartamento em Ipanema, Cacau destacou uma tela em tons de lilás e usou ainda sua linha de almofadas, com o mesmo colorido, para complementar a decoração:
— Passei muito tempo fora do Brasil e acho que isso me deixou ainda mais apaixonada pela cidade. Por isso, tento transmitir em minhas peças a alegria e a criatividade do carioca.
Contraste: Colagens coloridas de pin-ups dos anos 1950 em cenários cariocas e toque de cor em foto preto e branco ganham destaque na obra do fotógrafo Almir Reis, que decora a própria sala com as imagens / Simone Marinho / O Globo
Tanto ela como Almir, aliás, têm em comum clientes cariocas que foram morar em outras cidades, especialmente São Paulo, e não abrem mão de ter o Rio por perto.
— O carioca é muito orgulhoso, tanto o que mora aqui como, mais ainda, o que saiu da cidade — diverte-se Cacau.
E tem como não ser?
Fonte: O Globo
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