Foi-se o tempo em que o local de trabalho deveria ser sério e com divisórias. Cinco escritórios de arquitetos, paisagistas e designers de interiores esbanjam ideias geniais que podem ser copiadas na sua casa
A sede da Arquitetura Paralela, das arquitetas Nicole Sztokfisz e Debora Racy, fica em um prédio antigo, de poucos andares, em uma rua tranquila de Moema. O piso de madeira e a parede de tijolos aparentes deixam o clima ainda mais aconchegante. “Quando montamos o escritório, nós ainda não tínhamos nossas próprias casas, então aqui foi a primeira vez que pudemos decorar algo nosso. No começo, parecia que estávamos brincando de casinha”, conta Nicole. “Queríamos uma decoração mais informal, sem aquela cara corporativa. Fomos arrumando aos poucos, misturando peças modernas com outras antigas”, diz Debora.
Os antigos azulejos foram retirados, dando um ar industrial ao banheiro. Luminária da Micasa
Prática, a estante foi feita com uma porta cortada ao meio, apoiada sobre blocos intertravados de concreto, usados para fazer calçadas. Grafite de Os Diplomatas.
Quem entra nesta casinha de vila com fachada tímida, no bairro de Pinheiros, nem imagina que vai se deparar com um charmoso jardim. O quintal, onde havia somente uma edícula, foi transformado em escritório há sete anos, pelo paisagista Alex Hanazaki. Como não podia deixar de ser, as plantas são o ponto alto do projeto e estão presentes até na sala de trabalho do paisagista. “Precisava de um ambiente que tivesse a minha cara e que deixasse os clientes à vontade”, diz Alex.
O quintal vazio deu lugar a um jardim e à sala de trabalho do paisagista. Deque de madeira, da Projeto Decor. Iluminação, da La Lampe. Piso interno, Aroeira Decor.
Repare nas diferentes divisórias desta estante: as ripas de madeira, com metade da altura de cada nicho, aparecem ora em cima, ora embaixo, acomodando livros e fichários, além de objetos.
CAROL E FERNANDA LOVISARO
Apesar de ficar em um prédio comercial em Higienópolis, o escritório das irmãs Carol e Fernanda Lovisaro em nada lembra um ambiente corporativo. “Quis um prédio comercial, por causa da segurança, mas fazia questão do clima de casa”, conta Carol, que é designer de interiores e artista plástica. Fernanda é arquiteta.
A sensação é atingida com a cozinha integrada, os vasos pendurados perto da janela e a parede verde próxima do lavabo, feita com plantas artificiais. “Vale usar, no mínimo, uns três ou quatro tipos de plantas para dar mais movimento”, acrescenta Carol.
Uma solução fácil e barata deu vida ao corredor que leva ao lavabo: na parede verde, as plantas artificiais estão presas a uma tela de galinheiro. Os espelhos, na parede oposta e na porta, ampliam o efeito.
Elas precisavam de bastante espaço para guardar documentos e amostras. Executada pela Arte J Marcenaria, a estante armazena todos os objetos e ainda serve de divisória para a sala de reuniões. Luminária da Kartell.
ERIKA KARPUK
A fachada charmosa de uma casa construída em 1915 chamou a atenção da designer de interiores Erika Karpuk. Ela havia acabado de se mudar para Santo André e estava à procura de um escritório. “Não fazia sentido alugar uma sala em um prédio comercial, com janelas de alumínio.
A casinha estava alugada para uma cabeleireira, mas me apaixonei pelo lugar. Ela acabou liberando o imóvel logo depois e me ligou para avisar”, conta. Após uma grande restauração, a construção ficou ainda mais bonita e esbanja nostalgia.
A sala de trabalho ganhou ar moderno com a pintura preta e os detalhes em amarelo do spray Colorgin. Objetos da Archiforma. Piso de peroba- rosa original da construção.
Na parede da sala, os tijolos receberam uma camada de tinta branca. Os pendentes da Trans-Elétrica destacam o pé-direito alto. Repare na mesa feita com palete e rodízios. Vasos da Presentes Rodriguez. Objetos da Archiforma.
CLAUDIA MUÑOZ
A paisagista Claudia Muñoz divide escritório com o arquiteto Fernando Figoli há cinco anos. Antes da interferência da dupla, a casinha no bairro da Vila Olímpia estava detonada. “Tivemos de reformar tudo. A minha sala fica onde funcionava a cozinha e só tinha uma janela”, conta Claudia. Para aumentar a claridade do espaço, ela criou uma segunda abertura, que acaba servindo de apoio para objetos de decoração. A maioria veio do Chile, sua terra natal. “Quero ter por perto coisas de que eu gosto, para me inspirar. Acho que o escritório tem de refletir quem você é e o que você faz.” Na foto com Claudia, o arquiteto Renato Mendonça, que trabalha com os dois profissionais.
A falta de quintal não foi um impedimento: blocos de cimento empilhados próximos à janela apoiam vasos de plantas. No fundo, o banco comprado em Embu é um convite para relaxar.
Livros e objetos de decoração ficam apoiados na nova janela. Através dela, é possível ver o poema do alemão Rainer Rilke que Claudia pintou no muro. Bicicleta da L’Oeil.
Fonte: Casa & Jardim
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