SÃO PAULO, 4 Jul (Reuters) - O Índice de Confiança da Construção (ICST) recuou pelo terceiro mês consecutivo ao registrar queda de 9,5 por cento no trimestre encerrado em junho na comparação com um ano antes, de acordo com sondagem conjuntural divulgada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), nesta quarta-feira.
O resultado é o pior desde dezembro de 2011, quando o indicador caiu 9,9 por cento. No trimestre até maio, o índice havia recuado 7,8 por cento na mesma comparação, registrando o pior resultado desde fevereiro.
O índice médio dos três meses até junho ficou em 124,5 pontos, contra 137,5 pontos no mesmo período do ano anterior. No trimestre encerrado em maio, o Índice de Confiança da Construção havia ficado em 126,1 pontos.
Os segmentos que mais pressionaram foram Construção de Edifícios e Obras de Engenharia, com variação negativa de 9,8 por cento, ante -7,7 por cento em maio; e Aluguel de Equipamentos de Construção e Demolição, com operador, com variação de 3,9 por cento, ante 6,1 por cento em maio.
A FGV destaca que a piora do índice foi influenciada principalmente pelas avaliações dos empresários em relação ao futuro.
No trimestre findo em junho, o Índice de Expectativas (IE-CST) caiu 8,6 por cento, ante queda de 6,5 por cento em maio. A proporção de empresas prevendo melhora na demanda caiu de 54,3 por cento em junho de 2011 para 43,0 por cento no mês passado, enquanto a parcela das que esperam piora passou de 1,3 por cento para 3,5 por cento do total.
Já o Índice da Situação Atual (ISA-CST) apresentou queda de 10,5 por cento, contra variação negativa de 9,3 por cento em maio. Das 701 empresas consultadas, 25,2 por cento avaliam a situação atual como boa na média do trimestre encerrado em junho, contra 33,3 por cento no mesmo período de 2011. Por sua vez, 16,5 por cento a consideram ruim, contra 11,9 por cento.
O resultado acentua a dificuldade que a economia brasileira vem encontrando em deslanchar. Depois de o Produto Interno Bruto (PIB) ter crescido apenas 0,2 por cento no primeiro trimestre deste ano, comparado com os últimos três meses de 2011, as expectativas de expansão para 2012 passaram a ser reduzidas.
O Banco Central reduziu sua projeção para o crescimento da economia brasileira neste ano de 3,5 para 2,5 por cento, devido à recuperação ainda lenta da atividade e ao cenário internacional.
Por sua vez, o mercado cortou nesta semana sua previsão de PIB pela oitava semana seguida, de 2,18 para 2,05 por cento, de acordo com relatório Focus do BC.
(Por Camila Moreira- Reuters)
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